Josmar Jozino

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Reportagem

Ex-chefão do PCC é condenado a 44 anos por morte de agente federal

A Justiça Federal condenou o ex-chefão do PCC (Primeiro Comando da Capital) Roberto Soriano, 51, o Tiriça, a 44 anos e oito meses de prisão pelo assassinato do agente penitenciário federal Alex Belarmino de Souza, 36, morto a tiros em setembro de 2016 na cidade de Cascavel, no Paraná.

A vítima sofreu uma emboscada a caminho do trabalho. Belarmino foi baleado 23 vezes. Ele era de Brasília e tinha ido ao Paraná para dar um curso de tiro na Penitenciária Federal de Catanduvas. Ele deixou dois filhos.

O júri de Tiriça durou oito dias. Ele prestou depoimento durante horas e alegou não ser o mandante do assassinato do agente penitenciário federal. O advogado do réu, Cláudio Dalledone, vai recorrer da sentença condenatória.

A Justiça Federal há havia acatado a denúncia contra 15 acusados de envolvimento na execução da vítima. Seis réus foram condenados em dezembro de 2021. Outros três acabaram condenados em 3 agosto de 2022 e mais três em 21 de setembro de 2023.

Outra condenação

Tiriça já havia sido condenado a 31 anos em 25 de agosto de 2023 como o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, 37, da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), morta com tiros de fuzil em maio de 2017 também em Cascavel.

O julgamento do caso Belarmino expôs ainda mais o racha histórico da facção criminosa envolvendo Tiriça e Marco Willians Herbas Camacho, 57, o Marcola, apontado como líder máximo da organização. O conflito entre os dois teve início no ano retrasado, após um outro júri.

O Ministério Público Federal usou no júri de 2023 um áudio de Marcola, gravado em junho de 2022 na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Era uma conversa dele com um agente penitenciário. O chefão do PCC disse ao funcionário que Tiriça era psicopata.

Inconformado com a condenação e o vazamento do áudio no tribunal, Tiriça chamou Marcola de delator e teve o apoio incondicional de Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, ambos da cúpula do PCC.

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Segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), os três decidiram expulsar Marcola da facção. Em contrapartida, criminosos ligados a Marcola também anunciaram a exclusão de Tiriça, Vida Loka e Andinho da organização criminosa e essa foi a decisão que prevaleceu.

Reportagem

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